3ª Semana do Advento
Santa María de la Rosa (1855)
Nm 24,2-7.15-17a: Uma estrela nasce, nascida de Jacó
Sl 25: «Senhor, ensina-me os teus caminhos»
Mt 21,23-27: De onde veio o batismo de João?
Dirigiu-se Jesus ao templo. E, enquanto ensinava, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se e perguntaram-lhe: Com que direito fazes isso? Quem te deu esta autoridade? Respondeu-lhes Jesus: Eu vos proporei também uma questão. Se responderdes, eu vos direi com que direito o faço. Donde procedia o batismo de João: do céu ou dos homens? Ora, eles raciocinavam entre si: Se respondermos: Do céu, ele nos dirá: Por que não crestes nele? E se dissermos: Dos homens, é de temer-se a multidão, porque todo o mundo considera João como profeta. Responderam a Jesus: Não sabemos. Pois eu tampouco vos digo, retorquiu Jesus, com que direito faço estas coisas.
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
Comentário
O relato revela um profundo confronto entre as autoridades religiosas e Jesus. O cenário desse conflito é o Templo, onde Jesus frequentava. Com o seu ensinamento, Jesus interpela a classe sacerdotal. Seu Pai, Deus, tem outro rosto e é movido por compaixão. Jesus é confrontado com um sistema religioso fechado e injusto. Apelar para a autoridade com que Jesus prega ou faz as coisas, lhe dá a a oportunidade de dirigir a pergunta olhando para João Batista. A autoridade divina emana da luta pela justiça e pela dignidade. Os líderes religiosos, com medo de perder seu status, evitam a questão, revelando-se cúmplices em manter o povo adormecido sob seus ensinamentos. A resposta evasiva reflete o medo da transformação e a dignidade dos marginalizados. Esta passagem nos chama a avaliar se a autoridade que emana de nossa vida eclesial é puramente humana ou também divina. Nosso testemunho de vida conta diante de Deus e não podemos apenas nos sustentar pelo cumprimento cego de preceitos, quer dizer, pelo legalismo.
Pensamento do dia:
"Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa justiça, para que onde houver exclusão, floresça a fraternidade, e onde houver cobiça, floresça a comunhão" (Papa Francisco).
