4o DOMINGO DE ADVENTO
São Pedro Canísio (1597)
Isaías 7,10-14: A virgem dará à luz um filho
Salmo 24: "Que o Senhor, o Rei da glória, entre"
Romanos 1,1-7: Jesus Cristo, Filho de Deus.
Mateus 1,18-24: Jesus nascerá de Maria
Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu sua esposa em sua casa.
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
Comentário
A passagem de Isaías torna-se relevante aos povos que vivem desiludidos com os seus governos. A América Latina é uma região que anseia por ser dignificada e libertada em seu povo empobrecido. Deus vai a Acaz para dar um sinal ao povo que clama desesperadamente. O sinal ao qual devem prestar atenção é a da mulher grávida, prestes a dar à luz. Nos recém-nascidos, Deus quer restaurar a esperança para o futuro. É preciso reconhecer que a vida e os anos transformam os adultos em conformistas e, em alguns casos, conformistas e negacionistas. É tarefa das famílias cristãs e das comunidades de fé suscitar estes anseios de vida nova. A promessa salvífica de Deus continua renascendo em nossos povos. Como perceber?
Paulo, por sua vez, recorda aos cristãos de Roma o fundamento e a razão da sua fé: Jesus Cristo, Filho de Deus e nosso Senhor. Porque Ele nasceu, morreu e ressuscitou para realizar o projeto redentor e salvador. Nós recebemos a graça de testemunhar e encorajar os outros a abraçar a mensagem da Boa Nova. Aquela semente depositada em nossos corações espera dar frutos de vida e justiça. É nossa responsabilidade propagar ou então silenciar a mensagem. A pergunta, a esse respeito, no Advento e na celebração das festas tradicionais: Que sentimentos a vinda de Jesus gera em minha vida? Eu o reconheço como abrindo as portas do meu coração para ele ou estou ocupado com outras coisas?
O Evangelista Mateus nos fala sobre a concepção e o nascimento de Jesus pela ação do Espírito Santo. E como José, sendo dócil à voz de Deus, aceita Maria e o menino para formar uma família, não segundo o modelo judaico da época, mas forjando a personalidade daquele que seria o libertador de Israel. Isso nos remete aos lares e famílias de onde viemos. Nós, devido a várias circunstâncias, nem sempre fomos educados para receber essa orientação de Deus. José é um modelo de obediência e confiança à vontade divina, demonstrando que, mesmo em tempos de incerteza, é melhor não se desesperar e nem tomar decisões precipitadas.
Em geral, a liturgia da Palavra nos convida a ser gestores de esperança, sob modelos familiares que não são ideais, mas a partir daquelas realidades disfuncionais onde aprendemos a viver de mãos dadas com Deus e a confiar em sua companhia. A promessa de um Deus Salvador presente entre nós, a consciência de que sua graça nos sustenta e dignifica, não apenas nos prepara para sermos testemunhas de seu nascimento, mas para viver felizes e na paz.
Pensamento do dia:
"Todos Somos crianças. E isto nos faz lembrar que não somos autores da nossa própria vida, mas que a recebemos como um dom de Deus» (AL 188).
