Primeira leitura: Atos 4,8-12
Salmo: 117(118),22
A pedra rejeitada pelos arquitetos tornou-se a pedra angular.
Segunda leitura: 1João 3,1-2
Evangelio: João 10,11-18
4º Domingo da Páscoa
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas. O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas. O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor. O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai”.
Comentário
O texto de Atos reflete a perseguição que a comunidade cristã sofre por parte das autoridades judaicas. Os seus discípulos devem enfrentar a perseguição, mas contam com a ação do Espírito Santo. Por isso, não deveriam ter medo; é o que acontece com Pedro: em vez de uma atitude de conformismo, surpreendentemente se torna um acusador diante do conselho. É o Espírito Santo agindo na humildade dos discípulos. É assim que o Espírito também age em nós.
O fundamento da segunda leitura está lastreado em dualismos: filhos de Deus e do diabo; justiça-injustiça; amor-ódio. Cada um de nós pertence a um desses dois mundos. Ser de Deus, praticar a justiça e viver o amor fraterno, eis a nossa missão. O estímulo para pertencer ao mundo de Deus é o amor que ele tem por nós. Quem é do mundo, tem critérios de vida que não incluem o conhecimento de Deus. Nós vivemos no mundo de Deus e o nosso futuro é estar com ele. O contexto do Evangelho é o da festa da dedicação do templo. Jesus se compara não a um pastor qualquer, mas a um pastor verdadeiro, que tem como característica dar a vida pelos seus. A condição para ser pastor é amar até a doação da própria vida. Por isso, Jesus é modelo de doação, porque entregou sua vida, doando-se por inteiro. Para se definir, Jesus se compara ao bom pastor, que age por amor, enquanto outros são mercenários, pois agem por dinheiro e, na hora do perigo, fogem, deixando as ovelhas expostas ao perigo. A relação que se estabelece entre pastor e ovelhas também vale para explicar a relação entre Jesus e a comunidade cristã, que é de conhecimento mútuo, profundo e de intimidade. Em uma palavra, é uma relação de amor. É um conhecimento-amor tão profundo que Jesus o compara ao existente entre ele e o Pai. É esse conhecimento-amor que gera compromisso a ponto de dar a vida pelo outro. As ovelhas de outros apriscos representam o universalismo da missão de Jesus. A comunidade joanina não está ligada a um país ou a uma cultura; dela, todos podem participar e todos estão incluídos. O projeto de Deus é dar vida à humanidade, pois o agir de Deus é para o bem de todos. Diante dos seus opositores, Jesus afirma que é pela sua disposição em dar a vida que nele se manifesta o amor do Pai.
PARA REFLETIR
Jesus é o bom pastor que dá a vida pela comunidade e por todos os que aderem a ele, independentemente de país ou cultura. Essa abertura à missão universal continua sendo um convite e um desafio para a convivência dos nossos dias.
Santos do dia: Anastácio I de Antioquia (bispo), Anastácio, o Sinaíta (eremita), Anselmo (bispo), Arador, Fortunato, Félix, Sílvio e Vital (mártires de Alexandria) e Conrado de Parzham (capuchinho).
