Primeira leitura: Atos 9,31-42
Salmo: Marcos 16,15
Mas que poderei retribuir ao Senhor por tudo o que ele me tem dado?
Evangelio: João 6,60-69
3a SEMANA DA PÁSCOA
Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: “Isto é muito duro! Quem o pode admitir?” Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: “Isso vos escandaliza? Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes? [...] O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. Mas há alguns entre vós que não creem...”. Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair. Ele prosseguiu: “Por isso, vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido”. Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. Então, Jesus perguntou aos Doze: “Quereis vós também retirar-vos?” Respondeu-lhe Simão Pedro: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!”
Comentário
A questão que provoca divisão e deserção dos discípulos refere-se à ideia do messianismo. É que eles alimentavam expectativas de um messianismo triunfal e nacionalista. De fato, o que se pensava é que Jesus fosse rei ao estilo de outros tantos reis e que tivesse como prioridade a libertação de Israel do domínio romano. Jesus, porém, propõe outra forma radical de viver o reinado, e isso os escandaliza; muitos, então, pensam que a exigência é dura demais e o abandonam. As exigências éticas da doutrina de Jesus são muito mais profundas e radicais, como, por exemplo, o perdão sem medida e a partilha dos bens. Jesus não promete nenhuma recompensa ou glória humana àqueles que o seguem, mas acena para o compromisso e a radicalidade, deixando de lado toda forma de ambição, glória, privilégios e triunfalismo.
Santos do dia: Hugo de Anzy-le-Duc (monge), Inês de Montepulciano (dominicana, virgem), Marcelino de Embrun (bispo), Vicente e Domnino (mártires da África).