Primeira leitura: Atos 3,13-15.17-19
Salmo: 4,7a
Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz de vossa face.
Segunda leitura: 1João 2,1-5a
Evangelio: Lucas 24,35-48
3a Semana do Saltério
Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco!” Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. Mas ele lhes disse: “Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” Então, ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele tomou e comeu à vista deles. [...]
Comentário
Na primeira leitura, a ação dos homens é contrária à ação de Deus. Da parte das pessoas, Jesus recebe desprezo, mas ele é confirmado pelo Pai em sua missão. A resposta de Deus Pai consistiu em ressuscitá-lo.
Os apóstolos são testemunhas dessa ação de Deus. É bem verdade que a ação aconteceu em função da ignorância; mesmo assim o Pai os perdoou porque não sabem o que fazem (Lc 23,34). Mesmo tendo agido dessa forma, há necessidade e urgência de conversão para ter acesso ao Reino. Na segunda leitura, no começo da Igreja, os cristãos tinham a firme esperança e confiança de que, uma vez participando da comunidade cristã, a pessoa não voltaria mais para uma situação de pecado. Com o passar do tempo, essa certeza fica abalada. João anima a comunidade no sentido de que, em caso de falhas, pecados ou abando- no da fé, Jesus está sempre pronto, de braços abertos para acolher de volta e conceder o perdão. Conhecer e guardar os mandamentos é viver a fidelidade e o amor; quem não guarda os mandamentos vive uma vida de mentira na fé. No Evangelho, os discípulos de Emaús se encontram com a comunidade e fazem o relato do acontecido no caminho e ao partir o pão. Nisso, Jesus se apresenta e lhes deseja a paz, plenitude de vida. É a hora da experiência, ao mesmo tempo pessoal e comunitária, com o Ressuscitado. A fé na ressurreição ainda não se havia consolidado em suas vidas; daí a perturbação e o espanto. Logo pensam em espírito ou fantasma. Jesus dialoga com eles, convence-os de que o Ressuscitado é o mesmo Crucificado. Mesmo com todas as provas visíveis, as chagas nas mãos e nos pés, a dúvida persiste. Lucas insiste na presença real de Jesus e atribui a descrença à alegria dos discípu- los. Para que compreendam, Jesus lhes abre a mente e lhes explica o sentido profundo das Escrituras, além de lembrar o que ele mesmo lhes havia dito nos caminhos da Galileia. No texto está projetada a futura missão dos discípulos na Igreja: o seu testemunho de Jesus morto, mas ressuscitado, como Messias anunciado.
Eis o tema central da pregação. Para Lucas, é a partir de Jerusalém que se deve começar a dar testemunho e a anunciar a Boa-Nova.
PARA REFLETIR
O Ressuscitado é o próprio Jesus de Nazaré. Encontrar-se com ele, fazer a ex-periência do encontro com ele, passa a ser o fundamento da fé cristã. Hoje, na fé fazemos a experiência e vivemos a bem-aventurança de sermos felizes porque acreditamos sem ter visto.
Santos do dia: Abôndio (sacristão da Basílica de São Pedro, em Roma, no tempo do papa São Gregório Magno), Antônio,
Eustáquio e João (mártires de Vilna) e Ardálio (ator, mártir). Santos do dia: Abôndio (sacristão da Basílica de São Pedro, em Roma, no tempo do papa São Gregório Magno), Antônio, Eustáquio e João (mártires de Vilna) e Ardálio (ator, mártir).
