33º Semana do Tempo Comum
JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
São Miguel Agustín Pro (1927); São Clemente I (97)
2 Samuel 5,1-3: Eles ungiram Davi como rei
Salmo 122: "Que alegria quando me disseram: 'Vamos à casa do Senhor!'"
Col 1,12-20: Ele nos transportou para o reino de seu Filho
Lucas 23,35-43: "Senhor, lembra-te de mim no teu reino"
Naquele tempo, o povo estava olhando para Jesus, e os líderes zombavam dele, dizendo: "Ele salvou os outros, salve-se a si mesmo, se ele é o Messias, o amado de Deus". Os soldados também zombaram dele. Eles vieram oferecer-lhe vinagre e disseram-lhe: "Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo". Acima havia uma inscrição que dizia: "Este é o rei dos judeus". Um dos crucificados o insultava, dizendo: "Tu não és o Cristo?" Salva-te a ti mesmo e a nós. Mas o outro o repreendeu, dizendo: "Não tens medo de Deus, tu que sofres o mesmo castigo?" Tudo que está acontecendo conosco é fruto da justiça: recebemos a recompensa por nossos crimes; mas ele, por sua parte, não cometeu nenhum crime. E ele disse: "Jesus, quando entrares no teu reino, lembra-te de mim". Jesus respondeu-lhe: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso".
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
Comentário
Terminamos o ano litúrgico refletindo sobre os valores que fizeram de Jesus um verdadeiro Rei. Um olhar teológico reconhece-o como um rei soberano no qual convergem a justiça e todas as causas necessitadas de redenção. Jesus é rei? Sim, mas não como o mundo os reconhece. Ele é um rei sem poder de comando, sem uma nação ou território exclusivo para reinar. Não exalta o nacionalismo ou o fechamento de fronteiras. Durante a sua vida pública, Jesus pregou a fraternidade universal, derrubou os muros, sobretudo mentais, que impedem a comunhão e a solidariedade com todas as pessoas. As leituras deste domingo ajudam-nos a compreender a paixão de Jesus pelo Reino de Deus.
Na primeira leitura, é apresentada a unção de Davi como rei de Israel. A missão que lhe foi confiada, mais do que governar a partir da lógica do poder, consiste em «apascentar» o povo. Jesus também exerce sua liderança como Bom Pastor e nos propõe um reino do qual ele cuida com ternura, compaixão e misericórdia.
A Carta aos Colossenses aproxima-nos do mistério profundo do Deus que se torna acessível e próximo por meio de Jesus. Seu projeto de amor é apresentado como um reino de luz que traz salvação e libertação a todos os povos; uma redenção que não distingue, nem discrimina; uma plenitude que todos podem alcançar pela fé.
No Evangelho, testemunhamos o dia da crucificação de um profeta. A cruz será precisamente uma consequência do projeto contra o poder de dominação. Ele é condenado por uma razão política. A popularidade e o bem-estar que ele promete geram desconforto nos líderes religiosos. Rompe com as normas religiosas e apresenta uma nova imagem de Deus: próximo dos pecadores, das mulheres e dos doentes. A pessoa está acima das leis da piedade e da pureza. Ele até oferece o paraíso a um pária social, porque ele reconhece suas faltas e mostra arrependimento sincero: "hoje estarás comigo no paraíso". Lucas não entende a cruz como fracasso, mas como o lugar onde o poder do mal é vencido pelo amor e pela misericórdia.
Vamos refletir sobre o compromisso que temos de tornar presente o Reino de Deus. E vamos lembrar que o reino vai continuar presente onde quer que a vida seja defendida e promovida. Que não sejamos cúmplices de tudo o que separa e desumaniza. Que estejamos prontos a seguir os passos de Jesus, o último e servo de todos.
Pensamento do dia:
"Acreditemos no Evangelho que diz que o Reino de Deus já está presente no mundo e está se desenvolvendo aqui e ali, de várias maneiras" (EG 278).
