Primeira leitura: Is 45,6b-8.18.21b-25:
Céus, deixai cair orvalho das alturas.
Salmo: Sl 84(85),9ab-1O.11-12.13-14 (R. cf. Is 45,8):
Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o Justo esperado!
Evangelio: Lc 7,19-23:
Ide contar a João o que vistes e ouvistes.
Tema: São João da Cruz, presbítero e doutor da Igreja (Memória)
Naquele tempo, João convocou dois de seus discípulos, e mandou-os perguntar ao Senhor: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?" Eles foram ter com Jesus, e disseram: "João Batista nos mandou a ti para perguntar: 'És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?' '' Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista. Então, Jesus lhes respondeu: "Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a Boa Nova é anunciada aos pobres. E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!"
Comentário
João Batista certamente está desconcertado com o que ouve de Jesus como homem compassivo e conciliador, pois pregou a vinda de um messias exigente e severo. Jesus revela o Deus de ternura que se “rebaixa” para dignificar a miséria deste mundo; voltado para os fracos, os pobres e os necessitados, procura inverter a ordem do mundo. Com Jesus vem a libertação, não a condenação. A salvação vem ao mundo no que é considerado pequeno e fraco. A resposta que Jesus dá à pergunta de João indica que o início de uma nova humanidade está ocorrendo contra a corrente da "ordem-desordem" mundial: “os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados”. E, sobretudo: “os pobres recebem a Boa Nova”. Sem dúvida, João foi capaz de compreender e não se escandalizou com esse modo paradoxal de agir de Deus em Jesus; antes, com sua dedicação, ele foi um dos bem-aventurados do Reino. Estou surpreso por ter um Deus tão próximo e humano?
Santo do Dia
S. João da Cruz
1542-1591 ? presbítero e doutor da Igreja
Natural de Fontíveros, Espanha, S. João da Cruz destacou-se como místico, poeta, teólogo e mestre espiritual. Influenciado por S. Teresa de Ávila, foi o pioneiro da reforma carmelitana masculina, sofrendo com isso incompreensões e perseguições. Fundou em Durvelo o primeiro convento dos carmelitas descalços. Deixou-nos importantes tratados de espiritualidade como A subida do Monte Carmelo, Noite escura da alma, Chama do amor vivo. Afirmava: é preciso cavar a fundo em Cristo, que se assemelha a uma mina riquíssima, contendo em si os maiores tesouros; nela por mais que alguém cave em profundidade nunca encontra fim ou termo. Ao contrário, em toda cavidade aqui e ali novos veios de novas riquezas (cf. Liturgia das horas, v. I, p. 1.072).